A Rússia, a Ucrânia e a real guerra dos homens

Ucrânia! Rússia! Otan! Vai começar a Terceira Guerra Mundial? E o Brasil nisso tudo? Que que tá acontecendo no mundo?

Calma.

Antes de a gente entender isso tudo, a gente precisa saber de uma coisa: essa galera que manda no mundo é um bando de homem daqueles que vão ao clube e, no fim do dia, se reúnem no vestiário pra medir o tamanho do …. de cada um. Ver qual é maior.

E, no final, esses caras que têm obsessão por armas, exército, guerras… todos têm micropênis. Todos. Sem exceção.

Não preciso citar exemplos daqui do Brasil, né?

Pra gente entender o que acontece, a gente tem que voltar até a Guerra Fria. Que foi justamente uma guerra pra saber quem tinha o maior micropênis: Estados Unidos ou União Soviética? Era aquela coisa de: “eu vou mandar o primeiro homem pro espaço”, “não quem vai mandar sou eu”, “ah, então eu vou mandar pra Lua”, “nossa, olha o tamanho do meu Exército”, “ah, mas eu tenho mais mísseis que você”.

Era basicamente uma guerra de informação (ou desinformação), uma guerra de propaganda. No fim, os Estados Unidos venceram e a União Soviética foi dissolvida. Os países foram ficando independentes, alguns ficaram mais próximos da Rússia, outros do Ocidente, ou seja, da Europa e dos Estados Unidos. A Ucrânia sempre foi um lugar de muita tensão, dividida entre os dois lados.

Por vários motivos.

Pra citar um: parte dos ucranianos nunca perdoou Moscou pela forma como eles reagiram ao acidente nuclear de Chernobyl, em 86. Chernoby fica na Ucrânia. Isso porque justamente tava rolando a Guerra do Micropênis e a União Soviética não podia admitir que um acidente desses tinha acontecido com eles. Então eles tentaram abafar o máximo possível, provocando a morte e a contaminação de um monte de gente. Aí os ucranianos pensaram: “caramba, aconteceu um baita acidente aqui e, ao invés de vocês se preocuparem com o povo, estão preocupados em abafar?! Vão te catar!” Então sempre teve ali uma tensão, aquela desconfiança de um com o outro.

E quando a União Soviética deixou de existir, parte dos ucranianos achava que eles deviam ficar mais próximos de Moscou, por questões culturais, por serem povos próximos, muitos russos vivendo na Ucrânia, muitos ucranianos vivendo na Rússia… e outra parte achou que não. Que eles deveriam se aproximar do Ocidente, dos Estados Unidos, da Europa.

Muito bem.

Em 2014, o então presidente da Ucrânia se negou a assinar um acordo de cooperação com a União Europeia e parte dos ucranianos que queriam essa aproximação foi pras ruas protestar. Teve manifestação em Kiev, a capital, algumas foram violentas, e a Rússia falou: “ei, parou! Vou botar ordem na casa”. E o jeitinho Putin de botar ordem na casa foi: “vou tomar um pedaço aqui do seu país, agora a Crimeia faz parte da Rússia”. Tô resumindo bastante, claro.

Só que esse movimento chamou a atenção do resto do mundo. Rússia e Ucrânia passaram a ser tipo aqueles amigos que você tem, que fazem parte da turma, mas toda vez que se encontram fica todo mundo tenso. Porque um vive alfinetando o outro, você percebe claramente que eles não se bicam, mas estão ali. Vocês convivem.

Pois é.

Só que agora a pólvora estourou. Literalmente. A Rússia atacou a Ucrânia, mesmo com todos os amiguinhos dizendo: “cara, relaxa, faz isso não”. E esses amiguinhos são Estados Unidos, Europa e Otan. Aqui, um parêntese: a Otan – Organização do Tratado do Atlântico Norte -, reúne os maiores micropênis do mundo. É toda a galera que tem o maior arsenal, os recursos militares do planeta. E mesmo eles pedindo pro Putin relaxar, não adiantou. Putin chamou pra briga.

O que vai acontecer agora?

O Putin já falou: “se me atacar, eu vou atacar”. Então os Estados Unidos vão fazer algo? Ou a própria Otan? A primeira medida que a gente já sabe que está acontecendo são os embargos comerciais. Cortaram um gasoduto da Alemanha pra Rússia, vão cortar outros acordos de comércio. O problema é que o Putin desde 2014, lá com a parada da Crimeia, já sabia que os embargos comerciais seriam a primeira reação se ele fizesse algum coisa. Daí ele começou a guardar dinheiro desde aquela época, sabendo que o bicho ia pegar. E ele tem reservas pra segurar a Rússia numa guerra por um certo tempo.

Vale lembrar também que o Putin está no poder na Rússia há mais de 20 anos, sempre “eleito” em votações nada transparentes, é um dos países com menos liberdade do mundo, ele persegue a imprensa, a Rússia patrocina ataques cibernéticos pelo mundo inteiro, campanhas de desinformação…

(Que coincidência o Bolsonaro ter ido visitá-lo num ano eleitoral, não? E ainda ter levado o filho vereador que cuida da campanha na internet…)

Enfim, o Putin é um cara que se ama tanto que só tem uma explicação pra isso: micropênis.

Tá bom, eu vou parar de usar esse termo.

Mas vamos à dúvida que mais nos interessa: e o Brasil nisso tudo? A primeira preocupação, claro, é com as pessoas. Os brasileiros que vivem lá, os ucranianos que vivem aqui e têm parentes e amigos por lá. Mas o que afetaria toda a população é o impacto econômico desse conflito. Aquela região tem uma influência muito grande no preço do barril de petróleo, que já está disparando.

E a gasolina anda bem barata por aqui, né?

Além disso, existem muitas outras parcerias comerciais que a gente não sabe como ficam. Afeta importações, exportações… E o governo brasileiro? Vai ficar de que lado? A gente sabe que, na época do Trump, o Bolsonaro puxava saco pra caramba, ia lá, dizia que amava o Trump. Quando o Biden foi eleito, ele levou um tempão pra reconhecer a vitória, se negava a telefonar pra dar os parabéns… e foi recentemente lá apertar a mão do Putin, né? Ele vai ficar do lado da Rússia e contra a Ucrânia, os Estados Unidos, a Europa, a Otan… ou vai ficar do lado desses todos e se posicionar contra a Rússia?

Por enquanto, o Itamaraty emitiu uma nota meio em cima do muro, cobrando uma saída diplomática, pacífica… pra gente, só resta esperar os próximos dias, semanas, pra saber o que vai mesmo acontecer.

No final, é sempre assim: são os povos que pagam o pato – e a conta – por ter homem no mundo brigando pelo tamanho… do território.

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