Pra (tentar) entender o Brasil
Raízes do Brasil
Sérgio Buarque de Holanda
Tem zilhões de livros pra se (tentar) entender o Brasil, óbvio. Mas esse aqui do pai do Chico – aquele cantor e compositor lá, sabe? não sei se vocês conhecem, fez sucesso até – é um bom pontapé inicial. Dos meus preferidos.
A Elite do Atraso
Jessé Souza
Aí depois que você ler Sérgio Buarque e achar que entendeu o Brasil a partir do do “homem cordial”, leia Jessé Souza pra bagunçar tudo na sua cabeça. É assim mesmo, relaxa. Se fosse fácil, a gente lia Olavo (não disse qual).
As Veias Abertas da América Latina
Eduardo Galeano
Esse aqui não é sobre o Brasil, mas sobre todo nosso continente. Foi o livro que me fez virar jornalista, contador de histórias e ter gosto em refletir sobre o mundo.
Livros-reportagens
Rota 66
Caco Barcellos
Livros-reportagens também ajudam a entender o Brasil. Esse aqui nos ajuda a entender a violência policial estrutural no nosso país.
Em Nome dos Pais
Matheus Leitão
Matheus é filho da Miriam Leitão, jornalista que foi presa e torturada na ditadura. A proposta do livro é “simples”: reencontrar os torturadores.
Prisioneiras
Drauzio Varella
Esse trata de mulheres na prisão e encerra a trilogia do Drauzio sobre o Carandiru. (Os outros são Estação Carandiru e Carcereiros).
Literatura Brasileira
Auto da Compadecida
Ariano Suassuna
Antes de mais nada, se você nunca ouviu a palestra de Ariano (ou o trecho) em que ele defende a língua portuguesa dizendo que não dá pra “gastar” a palavra genial com qualquer um, faça isso. Isto feito: Ariano é gênio.
Essa Gente
Chico Buarque
O filho do Sérgio Buarque, além de compor umas coisinhas e cantar vez ou outra, também escreve. E escreve bem, viu. Os livros dele são leves, fáceis de ler, daqueles que ajudam a definir a leitura como um momento de prazer real. Experimentem.
Música ao Longe
Érico Verissimo
Lembram daquela campanha do Ministério da Educação (aliás… lembram de quando a gente tinha um Ministério da Educação?) que dizia: “quem lê, viaja”? Esse aqui é pra viajar gostoso, esquecer o mundo ao redor e querer comer logo pra voltar pra ele.
Capitães de Areia
Jorge Amado
Se pegar toda aquela primeira série (pra tentar entender o Brasil) e juntar o Rota 66, do Caco, temos Capitães de Areia. Você não pode dizer que é brasileiro até ler Capitães.
O Cortiço
Aluísio Azevedo
Seguramente você tem trauma dos livros clássicos que te obrigaram a ler para o vestibular. Mas não fazem por mal, eu garanto. Inclusive é muito bom, releia.
O livro dos títulos
Pedro Cardoso
Pra não dizer que não tem nada contemporâneo, escolhi esse do Pedro Cardoso. Gosto muito do jeito que ele brinca com as narrativas entre as personagens.
Filosofia
A Vida que Vale a Pena Ser Vivida
Clóvis de Barros Filho
Arthur Meucci
Clóvis foi meu professor na faculdade e meu interesse nesse livro veio daí. “Fininho”, pensei, “dá pra ler numa sentada”. Engano. É denso, difícil, te faz voltar as páginas, fazer anotações, grifar – mas eu garanto: você não vai sair a mesma pessoa depois que abrir a primeira página (ele também alerta sobre isso). Abre a cabeça para mil possibilidades de como se viver a vida.
Como Viver
Sarah Bakewell
Apesar do título que lembra autoajuda (nada contra, tenho até amigos que curtem – calma… a filosofia não seria uma autoajuda numa roupa pretensamente mais sofisticada?), Como Viver é uma biografia do filósofo Michel de Montaigne. Através da vida dele, a autora nos conduz sobre como levar nossas próprias cargas. É um manual? Não. É pra confundir mais. Mas, de novo: se fosse pra ser fácil, leríamos Olavo, né? (Não disse qual).
O inferno somos nós
Leandro Karnal
Monja Coen
O título é uma brincadeira com a frase de Jean-Paul Sartre, “o inferno são os outros”. Mas será que são os outros mesmo? Que tudo que acontece é culpa de alguém? Ou que esse é um jeito mais fácil pra gente se eximir das responsabilidades e não precisar refletir sobre nossas ações? O livro é a transcrição de uma conversa muito rica e informal entre o filósofo Leandro Karnal e a monja Coen, a monja zen-budista.